Esporte x Pais



  Recentemente ouvi o desabafo do treinador de uma equipe sub 11 de nossa cidade que disputa o torneio Pedro Alves de futebol. Em sua fala o referido professor reclamava além do trivial organização, arbitragem e etc.

Falava ele da atitude de alguns pais de seus atletas que  não  respeitaram os árbitros, seu treinador, seus filhos, e o esporte atirando latas de cerveja contra aqueles que conduziam a partida obrigando-os a interromper o jogo.




Quero apenas relatar aqui trechos de uma carta:
Carta de um menino (Júnior) que amava muito o Pai.

Pai, escrevo esta carta porque como sou muito pequeno e as pessoas não ligam para as opiniões das crianças e pode ser que com uma carta eu possa me expressar sem ser criticado. Os adultos não aceitam a opinião das crianças, principalmente quando estão nervosos por causa do jogo.

As pessoas não olham as crianças como pessoas que têm direito de ter opiniões e que elas possam estar com razão naquilo que elas falam. Quando os adultos não concordam com a gente, mesmo que a gente tenha razão, principalmente quando eles estão nervosos, nós é que sofremos as consequências e não temos como nos defender...

Pai, quando você fica do lado de fora tentando me dar instruções durante a partida, na realidade você me prejudica mais do que ajuda, pois eu preciso ajudar os meus companheiros no esquema tático que foi combinado no vestiário e não consigo prestar atenção, ao mesmo tempo, no jogo, no meu treinador e em você. Eu não quero ser um filho desobediente, mas como obedecer as suas ordens e as instruções do treinador ao mesmo tempo? Outra coisa, não fique triste caso eu faça algum gol e comemore antes com os meus companheiros que lutaram para que eu pudesse fazer o gol para o nosso time. Quando você xinga o árbitro ou responde a torcida adversária, eu fico muito nervoso com medo que comece uma confusão e acabe em brigas. Pai, quando um companheiro meu fizer alguma coisa de errado, não brigue com ele, porque eu também posso fazer a mesma coisa, pois estamos todos aprendendo, e você não gostaria que o pai dele me criticasse não é !

Pai, me ajude a ser um bom atleta atendendo aos poucos e simples pedidos que aqui eu faço a você, pois prefiro desistir do Futsal a ver você envolvido em brigas com outras pessoas. Quero que você tenha orgulho de mim, tanto na vitória quanto na derrota, pois nós tentamos fazer a nossa parte com dedicação. Com amor, seu filho Júnior.  (Este menino desistiu do Futsal.)

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